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A fotografia em preto e branco retrata uma menina de cabelos longos e encaracolados, presos em "maria-chiquinha" , segurando uma rosa branca em suas mãos. Seu olhar é sério e determinado, direcionado para fora do quadro. Ela veste uma camiseta larga, maior que seu tamanho com a icônica imagem de Frida Kahlo e a frase “Se Puede”, evocando força e resistência. O fundo é um ambiente de manifestação, com uma faixa compondo a cena. A iluminação cria sombras marcantes no rosto da menina e no cenário, adicionando profundidade e dramaticidade à imagem. A composição equilibra suavidade e potência, capturando um momento de expressão forte e contemplativa.
Bia Borges é fotojornalista e documentarista independente, nascida em São Paulo. Seu trabalho está profundamente ligado aos direitos humanos, especialmente às questões de gênero, território e memória. Através da fotografia, busca narrar histórias que muitas vezes são invisibilizadas, criando pontes entre o passado e o presente para dar voz a quem resiste. Atualmente, documenta manifestações e histórias de luta no Brasil e na América Latina, com o compromisso de construir um olhar que respeite a dignidade e a força das pessoas retratadas.
O retrato de Amora, capturado durante o ato em homenagem à Julieta Hernandez, em São Paulo no Brasil, em Janeiro de 2024, faz parte do seu projeto Sangre Latina, que se dedica a dar visibilidade às lutas feministas na América Latina, especialmente em momentos de intensa repressão e violência. O assassinato brutal de Julieta, uma palhaça venezuelana, reflete a tragédia que afeta inúmeras mulheres na região, que enfrentam não apenas a violência cotidiana, mas também a criminalização de suas lutas por direitos humanos.
